quinta-feira, 10 de julho de 2008

Superficial

(Magritte)
Na calçada,
paro por um pedaço de papel
escrito em poucas palavras,
em versos versados do avesso
de qualquer romance
(cem gramáticas que nos prendem!)
No canto,
o vento vela o sono de um velho mendigo
o vistoso homem vê a cena à vontade
e em vão,
passa seus olhos pela viela
No canto quase falado, na carta de amor
já esquecida na sarjeta,
algum desencontro
(quase safado)
marcam amores e amantes que não se tocaram
sacramento consumado somente pelo consolo da alma.

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