quinta-feira, 23 de abril de 2009

Fazer Rimas e Romances é Brega



Sempre fiz poemas inspirados em amores e amantes, nunca vistos, lidos como se não fosse em mim, e o que havia deles ficava ali e ia fazendo assim. Mania que logo teve um fim, desde dezembro quando minha garganta entalou com um caroço esquisito, engasguei e me calei.

Penso que o mundo já me cansa, sinto, mas não falo mais, nem se quisesse e se o mundo deixasse e ainda se acaso eu pudesse, não sai.

Vivo pelo que me arrebata, gosto do que me afeta a solidão e ameaça minha vida de orgias, sem querer, sem saber. Ameaça minha vida induzida pela minha racionalidade e meus métodos para alcançar uma vidinha artificialmente estável.

Mas eis que um filho da puta, a quem nunca havia despertado qualquer luxúria, se atreve insistentemente a tocar-me. Um toque insensível ao tato, aos outros, a elas “Inhas”, a ele....

Tentei viver um romance, foi ridículo, e fiz o que todo mundo faz quando vê o fim: bebi, fumei, e trepei com outros pra me divertir. Depois tentei um poeminha, foi brega, porque o que o mundo me oferece não me comove, segue, com ou sem ele, um silêncio incômodo.

Um toque a mais, para nós como para vida, logo após é um toque a menos, e assim eles se vão...Agora, pela primeira vez a um toque do fim suspiro ainda afim de insistir.

Minha fé na pós vida. Minha pele já fria, não aceita frivolidades. Minha boca já seca, depois de todo suor desperdiçado, sofre com seu último trago.