(Magritte)
Na calçada,
paro por um pedaço de papel
escrito em poucas palavras,
em versos versados do avesso
de qualquer romance
(cem gramáticas que nos prendem!)
No canto,
o vento vela o sono de um velho mendigo
o vistoso homem vê a cena à vontade
e em vão,
passa seus olhos pela viela
No canto quase falado, na carta de amor
já esquecida na sarjeta,
algum desencontro
(quase safado)
marcam amores e amantes que não se tocaram
sacramento consumado somente pelo consolo da alma.
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